A vereadora Cíntia Machado (PMN), durante a sessão legislativa desta segunda-feira (4), criticou o remanejamento de alguns funcionários da Secretaria de Saúde, salientando que a medida administrativa foi indevida, visto que o Governo não abriu nenhuma sindicância para averiguar as denúncias feitas por vereadores da base governista no tocante a suposta venda de consultas médicas e marcação de exames dentro de casa. “Hoje pela manhã havia um lista na Central de Regulação, informando que algumas pessoas seriam remanejadas. Segundo o secretário municipal de Saúde, Getúlio Barbosa, a ordem partiu do prefeito. Será que todas aquelas pessoas que saíram são as mesmas que estavam vendendo guia e recebendo o dinheiro? Qual foi o critério para esses servidores serem retirados? Se eu fosse uma dessas pessoas abriria um processo por danos morais contra a Prefeitura”, declarou a parlamentar. Inconformada, Cíntia acrescentou: “para se retirar uma pessoa deve haver provas. Não tenho nada contra ao remanejamento, mas sim ao tratamento que foi dado aquelas pessoas. Elas não foram respeitadas pelo Governo Municipal”, afirmou.
A legisladora estranhou a permanência da coordenadora da Central de Regulação, Márcia Cristina Barbosa. Para Cíntia, quem deveria responder por tudo que acontece na unidade é a coordenadora. “Ela vai permanecer no setor, porque é cargo do prefeito, enquanto os pobres, os menores vão sair”, disse. De posse de um suposto relatório, ela relatou uma denúncia de servidores da Central de Regulação contra Márcia Cristina. “A coordenadora costuma escolher alguns funcionários para dar sua própria senha para marcar exames”.
Na sequência, Cíntia disse que o vereador David Neto denunciou que pessoas estavam marcando exames em suas próprias casas. Conforme ela “pelo sistema você tem como descobrir qual funcionário da Central está marcando os exames, visto que o sistema consegue localizar o bairro, mas nenhuma apuração foi feita”, criticou a parlamentar, sugerindo uma investigação do caso por parte da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Em aparte, o vereador David Neto se defendeu, argumentando que foi a vereadora Eremita Mota que denunciou que existe marcação de exames em casa. Novamente com o uso da palavra, Cíntia acrescentou mais denúncias contra a servidora Márcia Cristina. “De acordo com servidores da Central de Regulação, a coordenadora fica trancada numa sala, o tempo inteiro, com o funcionário Paulo Raimundo Gonçalves, argumentando que se tratam de acordos administrativos, no entanto, todos os funcionários sabem que ela é quem mais marca exames fora da cota”, declarou.
Opinião dos vereadores
O vereador Angelo Almeida sugeriu uma auditoria do Sistema Único de Saúde (SUS) para averiguação do caso. “A Central de Regulação faz parte do SUS, está vinculada pelo convênio entre a Secretaria de Saúde, Prefeitura e Ministério da Saúde. Nós vamos encaminhar imediatamente esta denúncia e solicitaremos uma auditoria, porque o caso é mais grave do que podemos imaginar”. O presidente da Comissão de Saúde da Câmara, Ailton Araújo - Mô, apoiou a decisão do secretário Getúlio Barbosa no remanejamento de alguns funcionários da Central de Regulamentação. “Essa medida se faz necessária, mas quem tem que responder pelo setor é a coordenadora Márcia”, disse. Os vereadores Roque Pereira, David Neto e Otávio Joel se mostraram favoráveis a medida de remanejamento e defenderam a permanência da coordenadora da Central de Regulação, Márcia Cristina, argumentando que a funcionária é competente e honesta. Mediante as denúncias apresentadas, o vereador Luis Augusto – Lulinha demonstrou preocupação com a população de Feira de Santana em relação a um possível corte de verba do SUS. Por outro lado, o vereador Reinaldo Miranda – Ronny sugeriu que a Comissão de Saúde fosse apurar os fatos em audiência com o secretário Getúlio Barbosa. “Por fazermos parte da bancada governista, devemos saber o motivo pelo qual aconteceram esses remanejamentos”.
Por Anna Karolina Carneiro
Nayanne Amorim
Edição: Elsimar Pondé
Sergio Augusto