Esta semana, na Câmara Municipal, O vereador Carlos Alberto Costa da Rocha - Frei Cal (PMDB), comentou sobre a entrevista que o ex-ministro Delfim Neto concedeu ao programa Canal Livre da Rede Bandeirante, no último domingo (3), onde Delfim comparou trabalhadoras domésticas com animais. Frei Cal citou a declaração do ex-ministro na referida entrevista: "Há uma ascensão social incrível. A empregada doméstica, infelizmente, não existe mais. Quem teve este animal, teve. Quem não teve, nunca mais vai ter". O vereador repudiou a declaração e a classificou como preconceituosa. “As ONGs e os movimentos sociais já estão se mobilizando para que o ex-ministro seja acionado judicialmente. Quero ser solidário com todas as trabalhadoras e trabalhadores domésticos e infelizmente lamentar que no Brasil ainda existam pessoas como Delfim Neto, que vai a um programa de televisão e concede uma entrevista dessa natureza. Isso é crime”, disse. Na oportunidade, o legislador falou sobre o evento que promoveu na cidade “o primeiro Encontro de Trabalhadoras e Trabalhadores Domésticos de Feira de Santana”, realizado no dia 26 de março deste ano, no Colégio Modelo Luis Eduardo Magalhães, onde, segundo ele, reuniu trabalhadoras domésticas de toda a região, contando com a presença da presidenta da Confederação das Trabalhadoras e Trabalhadores Domésticos, Cleuza Maria Oliveira. O encontro teve o objetivo discutir os direitos e os deveres dos profissionais da categoria. O evento também visou à consolidação da Lei 3.068/10, de autoria de Frei Cal, que criou o Dia Municipal da Trabalhadora Doméstica, comemorado no dia 27 de março. Em consonância com o discurso de Frei Cal, o vereador Marialvo Barreto (PT) também se mostrou indignado com as afirmações do ex-ministro. Para o petista, a herança da escravidão ainda está profundamente impregnada na sociedade brasileira. “A escravidão no Brasil acabou, mas ela continuou com os ranços que se misturaram no tecido social.
O que restou da escravidão é a relação justamente do trabalhador doméstico com o patrão. É dentro das casas que o antigo vício da escravidão se mantém”, afirmou Marialvo.
Por Anna Karolina Carneiro
Edição: Elsimar Pondé
Sergio Augusto